sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Avaliação em Ambiente Virtual de Aprendizagem utilizando a WEB 2.0

Vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde as informações não mais ficam presas em barreiras geográficas e temporais. O conhecimento é difundido e (re)construído na mesma velocidade em que surgem novas tecnologias de comunicação. O ciberespaço nos permite acessar a qualquer momento e de qualquer local qualquer informação que esteja disponível na web, fazendo com que as capacidades cognitivas se voltem para a construção e participação do saber. Sob este ponto de vista, sabemos que os formatos de educação e aprendizagem tendem a mudar acompanhando as alterações em movimento da sociedade. 

Esta mudança da educação deve acontecer para dar oportunidade aos estudantes de ter uma aprendizagem que os comprometam com um trabalho estimulante para o intelecto e que propicie a construção de habilidades em todas as áreas. As ferramentas da web 2.0 são fundamentais nesta modificação da educação, na medida em que inclui o estudante como construtor cognitivo de seu próprio conhecimento. Transformar o modelo pedagógico que temos hoje o aliando às alternativas de ferramentas que a web 2.0 nos traz é tornar a Educação mais acessível, é socializar o conhecimento, preparando o estudante para uma sociedade tecnológica.

Ao pensarmos nesta evolução da educação, é necessário pensarmos no quesito avaliação que sempre foi considerado o elemento mais delicado dentro da Educação. Durante muito tempo, a avaliação centrou-se no rendimento escolar como resultado do processo de aprendizagem. A complexidade dos processos social e educacional exigiu uma ampliação dos enfoques da avaliação, que passou a se preocupar com a instituição, currículos, programas e material instrucional. O grande desafio tanto na EAD como na EP ao utilizar as ferramentas da web 2.0 se faz em buscar um método de avaliação abrangente, utilizando as mesmas ferramentas, que envolva todo o processo de aprendizagem, partindo de uma avaliação diagnóstica, chegando até o final do aprendizado e não como as tradicionais formas de avaliação que se prendem a uma determinada parte. Um aprendiz não deve ser avaliado apenas pela nota de uma prova, o processo de avaliação deve ser constante e contínuo, assim como a aprendizagem. Na avaliação devem ser considerados outros aspectos além da nota de provas e trabalhos, para não torná-lo injusto.
Para tanto, é necessário ter consciência que antes de haver uma avaliação do aprendizado, há de se fazer uma avaliação institucional visando observar algumas partes envolvidas nos processos, tais como: - a qualidade dos métodos, técnicas e materiais utilizados; - os vários procedimentos e estratégias; - a organização interna do curso, o planejamento, o cronograma, - o acompanhamento dos alunos, buscando-se verificar como é a interferência do curso na vida profissional de seus respectivos alunos; - a evasão e as dificuldades identificadas pelos alunos.
Essa avaliação institucional deve ser uma execução coletiva de ambas as partes interessadas – professores e alunos. A coletividade além de promover uma troca essencialmente produtiva sob os aspectos referentes ao curso, também facilita a formação de uma comunidade comunicadora, o diálogo sócio-pedagógico que consiste na interação dos sujeitos envolvidos, a todo o momento.
As discussões mediadas pelos professores nos blogs, chats e os feedbacks dos professores geram um movimento de idéias promovendo a interação entre: alunos; alunos/professores e aluno/mídia. Sendo o processo de ensino-aprendizagem centrado no aluno que por sua vez torna-se agente de construção de seu próprio conhecimento. Nesse contexto, segundo Hoffmann (1996), "a avaliação na perspectiva de construção do conhecimento, parte de duas premissas básicas: confiança na possibilidade dos educandos construírem suas próprias verdades e valorização de suas manifestações e interesses".
De acordo com Piletti (1987): “Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos educacionais, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo”.
Para Libâneo (1991), a avaliação é uma tarefa didática essencial para o trabalho docente. Por apresentar uma grande complexidade de fatores, ela não pode ser resumida a simples realização de provas e atribuição e notas. A mensuração apenas fornece dados quantitativos que devem ser apreciados qualitativamente.
O tipo de avaliação é determinado pela abordagem e pelos objetivos educacionais inicialmente planejados para o processo de aprendizagem. Para atingir este objetivo com qualidade, a avaliação deve desempenhar três funções didático-pedagógicas: função diagnóstica, função formativa e função somática.
A função diagnóstica da avaliação diz respeito à identificação inicial de conhecimento dos alunos em relação ao assunto proposto, além de verificar as características individuais e coletivas dos alunos. Este tipo de avaliação é realizado no início do curso ou disciplina a fim de verificar o conhecimento do aluno. Também é utilizada para prevenir a cerca de possíveis problemas de aprendizagem.
A função formativa é utilizada durante o processo de aprendizagem para verificar o rendimento do aluno, além de auxiliar a identificação de possíveis alterações no planejamento a fim de melhorar o objetivo da aprendizagem. Esta forma de avaliação tem a principal característica de controle.
A função somativa tem como objetivo classificar os alunos conforme seus níveis de aproveitamento. É realizada ao final do curso ou período conforme critérios previamente estabelecidos.
Os tipos de avaliação deveriam ser aplicados de forma interligada para atingir a completa e complexa função de verificar o nível de aquisição do conhecimento no processo de aprendizagem. Infelizmente, o que conhecemos de avaliação, tanto na EP quanto na EAD, é a aplicação da avaliação de forma classificatória, descontextualizada e, portanto, equivocada que mede o grau de aprendizagem, respaldado nas exigências pré-estabelecidas pelo sistema educacional, atribuindo uma "nota" ao aluno que aprendeu ou memorizou um determinado conteúdo.
De acordo com Gonçalves (1996) é na educação, um processo revestido de rituais complexos, que resulta por torná-la um mito. No caso da avaliação da aprendizagem, tal mitificação ao invés de possibilitar ás pessoas maior consciência de como está se desenvolvendo internamente o processo de construção do conhecimento, termina por confundi-las, tornando-as dependentes de algum veredicto externo que determine se estão aprendendo ou não.
Para entendermos essa nova relação, do professor/aluno é necessário pensarmos na nova relação entre os indivíduos inseridos na cibercultura. Compreender as relações da sociedade na cibercultura implica em entender a relação estabelecida com as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) onde tudo está em rede. Esta nova configuração permite uma flexibilidade e mobilidade maior entre os indivíduos, determinando novas formas de comunicação, aproximando distâncias, interagindo, permitindo o envio e recebimento automático de documentos; enfim, a “forma técnica da Cibercultura permite a ampliação das formas de ação e comunicação sobre o mundo” (LEMOS, 2003, p.14).
A web 2.0, por sua natureza digital, permite a simultaneidade e, até mesmo a instantaneidade da comunicação, assim como a valorização da autonomia do indivíduo que deve ser reconhecida na avaliação do processo de aprendizagem. Desta forma, a avaliação que utilize as ferramentas da web 2.0 deve estar atenta a observar e privilegiar o processo e as construções coletivas advindas dessa inter-relação. Deve concentrar-se então, nas novas relações sociais estabelecidas pela mediação das tecnologias e no processo de construção do conhecimento.
Os blogs, as wikis, os podcasts, o Googledocs, os mapas conceituais talvez sejam as melhores ferramentas disponibilizadas até o momento pela web 2.0 para garantir esse processo de avaliação contínua do aprendiz. É possível, nessas ferramentas, haver uma diversidade de avaliações que englobem, não só o conhecimento teórico adquirido, mas também as questões comportamentais do aprendiz tais como a capacidade de organização na construção do aprendizado e o desenvolvimento da capacidade de integração do aprendiz à web, fatores que se destacam como importantes para garantir um processo de aprendizado mais completo e que certamente farão diferença no futuro profissional do aluno. O googledocs, por exemplo, disponibilizam meios que permitem o acompanhamento das participações quantitativas do aluno como número de acessos aos documentos criados e compartilhados, esses relatórios podem ajudar ao professor ter uma dimensão do grau de envolvimento do aluno com curso, com os demais alunos, com o comprometimento na construção colaborativa do conhecimento.
Avaliar, no entanto, independente da modalidade de Ensino, é uma questão ainda muito desafiadora. Contudo, a própria criação da “world wide web” (www), com a combinação de elementos como multimídia e hipertexto, aumenta de forma significativa, as várias possibilidades de aprendizagem, inclusive no Ensino a Distância. A comunicação, pois, juntamente com a cooperação e a colaboração de professores e alunos permite uma aprendizagem estimulante, atraente e divertida, ainda assim, existem algumas lacunas que devem ser preenchidas, o que está longe de existir, considerando que os métodos avaliativos de EAD determinados hoje, ainda não são suficientes para apreender todo o conhecimento disposto na Internet.
Quanto aos métodos de avaliação do Ensino a Distância têm-se indicadores e padrões que vão auxiliar no bom desenvolvimento de metodologia que garantirá uma avaliação mais completa do aluno como, por exemplo, a participação e a discussão sobre temas propostos, resumos de textos, resenhas críticas, a frequência (acesso) dos alunos, avaliações formativas e o registro em portfólio. Este último método avaliativo permite que os alunos aprendam a se auto-avaliarem e verifiquem o seu desempenho o que possibilita consequentemente que saibam quais aspectos devem melhorar para garantir o sucesso no aprendizado e tudo isso sem que necessariamente haja a “presença” de uma orientação docente.
Outro ponto relevante desse desafio está no âmbito do “como fazer” e não “do quê fazer” para avaliar bem os alunos de cursos a Distância. De fato, muito se discute sobre o assunto, mas os métodos conhecidos não mostram nenhuma fórmula pronta de quando e como devem ser aplicados ao longo do processo de aprendizagem. O que mais uma vez reforça os obstáculos ainda existentes para o Ensino a Distância.
Referência Bibliográfica:
DEY, Eric L. & FENTY, Joseph M. Técnicas comumente usadas em abordagens qualitativas de avaliação. In: Eda Machado de Souza. Técnicas e instrumentos de avaliação. Brasília: Universidade de Brasília, 1997, 17-22.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas. A teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.
GONÇALVES,C. T. F. (1996): “ Quem tem medo do ensino a distância?”, in Revista  Educação a Distância, nº 7-8, INED/IBASE
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. 6ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.
HOFFMANN, J. M. L. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 20ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1996.
LEMOS, André. Cibercultura: alguns pontos para compreender a nossa época. In.: e CUNHA, Paulo (org.). Olhares sobre a cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003.
LÉVY, Pierre. A nova relação com o saber. In: Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999
LIBÂNEO, J. C. (1991): Didática. São Paulo, Cortez.
MOULIN, N; MONAT, A & PEREIRA, V. Desatando nós: avaliação do ensino à distância. In: II Jornadas de Educação à Distância: O presente e o futuro da EAD no Mercosul ‚ cenários e experiências. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 1998, p.181 ‚ 190.
OLIVEIRA, Teresinha Rodrigues de. Tecnologia e Educação: práticas e sentidos das interfaces no processo de construção do saber. Revista Científica do Uirapuru superior. V. 3, n. 3, p. 11-26. Out. 2007.
PERNIGOTTI, J., SAENGER, L. O portfólio pode muito mais do que uma prova. Pátio. Ano 3 n† 12, fev/abr., 2000, 54-56.
PILETTI, C. Didática geral. São Paulo, Ática. (1987)
SOUZA, Eda C. B. Machado de (Org.) Técnicas e instrumentos de avaliação. Brasília: Universidade de Brasília, 1997.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cibercultura e Educação



Baseado em conceitos da cibercultura, estamos vivenciando uma sociedade do conhecimento, onde as informações não mais ficam presas em barreiras geoográficas e temporais. O conhecimento é difundido e (re)construído na mesma velocidade em que surgem novas tecnologias de comunicação. O ciberespaço nos permite acessar a qualquer momento e de qualquer local qualquer informação que esteja disponível na web, fazendo com que as capacidades cognitivas se voltem para a construção e participação do saber. Sob este ponto de vista, sabemos que os formatos de educação e aprendizagem tendem a mudar acompanhando as alterações em movimento da sociedade.
O indivíduo hoje é participativo, não mais ficando rígido e passivo em relação ao que lhe é dado. Sendo assim, ele participa da construção e criação de idéias e valores sociais  e econômicos, participando da nova sociedade do conhecimento e da informação. Desta forma, o olhar sobre a Educação deve acompanhar esse movimento para formar indivíduos capazes de se conectar com as novas tecnologias e capazes de tecer críticas quanto ao conhecimento que lhe é transmitido. Um indíviduo que seja capaz de conectar idéias que tramitam entre os diferentes saberes e crítico e criativo na apropriação do saber.
Partindo desse princípio, o papel da educação deve ir além da instrução tradicional, passando a transmitir valores inidviduais, morais, familiares, sociais e universais. O saber e o fazer saber necessitam unir-se ao desenvolvimento do indivíduo. Hoje, as pessoas estão mais críticas e atentas aos processos de mudanças existentes nas organizações e nas próprias instituições de ensino. Desta forma, é preciso evoluir a forma de aprendizado do indíviduo, considerando não só a educação de base, mas também sua continuidade.
As mudanças que estão ocorrendo no mundo atual, de forma acelerada, trazem consigo novas formas de trabalho, novas maneiras de viver que influenciam na economia, na política e nas formas como as sociedades se organizam, o que exige destas mesmas sociedades, respostas mais ágeis, flexíveis e mecanismos cada vez mais participativos. Temos um mundo cada vez mais interativo impulsionado pelo desenvolvimento das telecomunicações.
Neste caso, o que está em discussão não é qual o formato de educação que deve ser valorizado, se presencial ou a distância, mas sim, a estratégia metodológica aplicada. O que a educação a distância traz para a educação é muito mais do que a possibilidade do indivíduo dar continuidade a sua formação a qualquer local e hora. A Educação a distância traz uma nova forma de ver a educação. Uma educação que se comunica com as novas tecnologias da informação, e aí aumentando e preparando a capacidade do indivíduo e a rapidez de adequação aos recursos tecnológicos tão estimados ao mercado de trabalho. E ao mesmo tempo dando o suporte necessário ao indivíduo de questionar e participar de novos conceitos e valores do saber que está sendo adquirido. As tecnologias do ciberespaço permitem a esse indíviduo adquirir conhecimento e também propagar o seu autoconhecimento. É a autonomia do aprender fazendo. O indivíduo se torna, assim, capaz de atender as mudanças que atuam na sociedade, se tornando cada vez mais crítico e com agilidade às respostas necessárias ao seu desenvolvimento.
Vê-se então a importância de uma educação colaborativa e participativa, onde o professor não é o detentor e transmissor do saber, mas sim aquele que auxilia a inteligência coletiva, aprendendo junto com seus estudantes, criando a possibilidade para a criação e construção do conhecimento.

Bibliografia:

LÉVY, Pierre. A nova relação com o saber. In: Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999
LÉVY, Pierre. As mutações da educação e a economia do saber. In: Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999
ROSINI, Alessandro Marco. Desenvolvimento da educação. In: As novas tecnologias da informação e a educação a Distância. São Paulo: Ed. Thompson Learnig, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra. Ed. 41, 2010.

domingo, 17 de outubro de 2010

Vídeo sobre webquest

Seguindo o conselho do colega Luiz do curso da CECIERJ na disciplina FCTEWeb – Formação Continuada em Tecnologias Educacionais na Web - Módulo 2 procurei um vídeo sobre o uso da Webquest para divulgar:







quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Projetos pedagógicos dirigido ao protagonismo juvenil utilizando a Webquest


Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar duas propostas de projeto pedagógico dirigido ao protagonismo juvenil utilizando a Webquest como ferramenta de apoio ao ensino trazendo como exemplo duas atividades criadas no curso de extensão de Informática Educativa da fundação CECIERJ.
Palavras Chave: Projeto pedagógico – Protagonismo juvenil – Webquest

Introdução
O desenvolvimento e aumento das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) têm contribuído para a reflexão sobre as formas de ensinar e a produção de materiais para uma educação comprometida com a superação das desigualdades, conflitos e contradições colocadas na sociedade, sem perder a diversidade cultural. Desta forma, é importante que se aprofundem as discussões sobre as mudanças significativas das relações sociais dentro do contexto tecnológico, em cima das quais os indivíduos constroem sua subjetividade, sua capacidade de organização e entendimento destas relações e sua visão do mundo.
A rapidez com que as mudanças sociais ocorrem e a facilidade com que a informação chega até o indivíduo, fez crescer na sociedade a existência de um sujeito mais crítico e reflexivo. Diante desse panorama, o desafio é formar um sujeito autônomo e solidário, que seja capaz de apreender as novas competências necessárias na sociedade moderna e ganhar espaços no disputado mercado de trabalho ao mesmo tempo em que possa dar conta das conseqüências da globalização, como a desigualdade e exclusão social.
Protagonismo Juvenil
Pensando nesta necessidade, o educador Carlos Gomes da Costa (2010) aponta que essas competências podem ser desenvolvidas na prática do Protagonismo Juvenil, na qual o jovem é o elemento central da prática educativa, participando de todas as fases desta prática, desde a elaboração até a avaliação das ações propostas. O Protagonismo Juvenil nos traz a idéia de estímulo para que o jovem participe socialmente das ações, contribuindo, assim, para seu desenvolvimento pessoal e das comunidades em que está inserido. Desta forma, segundo o educador, o protagonismo juvenil contribui para a formação de indivíduos mais autônomos e comprometidos socialmente, ao, com valores de solidariedade e cidadania mais incorporados, proporcionando um maior preparo para o mercado de trabalho e aumentando uma transformação social.
A idéia de Educação contida na proposta do protagonismo juvenil deve abranger, não somente a educação escolar, mas também, aspectos que possam auxiliar os jovens no desenvolvimento pessoal, profissional, nas relações sociais e questões do bem comum. Portanto, os espaços educacionais devem ser entendidos como múltiplos, ultrapassando os muros da escola e priorizando a intervenção comunitária com uma ação mais concreta dos jovens dentro da sociedade.
O protagonismo juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem pode transcender os limites do seu entorno pessoal e familiar e influir no curso dos acontecimentos da vida comunitária e social mais ampla. Em outras palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de reconhecer que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na realidade social, ambiental, cultural e política onde estão inseridos. Nesse sentido, participar para o adolescente é envolver-se em processos de discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando através do seu envolvimento na solução de problemas reais, desenvolver seu potencial criativo e a sua força transformadora. Assim, o protagonismo juvenil, tanto como um direito, é um dever dos adolescentes.” (Costa, 1996:65)
Diante deste contexto, o educador deixa de ser o principal ator para dar lugar ao jovem aluno. Este passa a ser o protagonista das ações educativas reforçando a idéia de que educador e aluno são colaboradores da construção do conhecimento, personagens de uma educação colaborativa e democrática.
Unindo a idéia do Protagonismo juvenil com a necessidade da utilização de meios tecnológicos para a práxis pedagógica mediadora, este trabalho traz duas propostas de projeto pedagógico dirigido ao protagonismo juvenil utilizando como ferramenta as webquests para estimular a participação dos jovens na prática educativa.
Webquest e a socialização do conhecimento
A webquest é um modelo que dimensiona o uso educacional da Web, fundamentado na aprendizagem cooperativa e colaborativa dos processos investigativos do saber. Foi proposto por Bernie Dodge em 1995, e já conta hoje, com mais de dez mil páginas na Web com propostas de educadores de diversas partes do mundo.
Dodge define webquest: “webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da Internet” (SENAC, 2005). A webquest é um modelo educacional que permite sua utilização dentro do contexto da sala de aula. Suas características e estrutura favorecem a integração das competências dos alunos relativas à utilização da tecnologia, à aprendizagem de conceitos curriculares e a atividade de pesquisa, comunicação e construção do conhecimento. Por ser um instrumento dinamizador da inovação, promotor da criatividade e cooperação na aprendizagem, o educador pode utilizá-lo como ferramenta pedagógica da educação voltada para a interdisciplinaridade e aprendizagem através de projetos que levam a construção do conhecimento.
Projeto pedagógico dirigido ao protagonismo juvenil utilizando Webquest
A estrutura da Webquest pautada na pesquisa e análise de informações, na divisão de tarefas e papéis, na iniciativa do planejamento, da concepção de projetos e do trabalho em equipe, leva ao trabalho colaborativo e a reflexão crítica, permitindo que o educador trabalhe com temas dentro do currículo escolar e questões da realidade social de seus alunos. Ao mesmo tempo, os educandos aprendem a ter uma visão mais crítica mediante as informações que são expostas, aprendem a refletir sobre tais questões, a trabalhar em equipe, a negociar e a ter uma visão social mais ampla através de todos os pontos que são propostos pela idéia do protagonismo juvenil.
De acordo com Hernandez (1998), projeto é uma forma de organizar a atividade de ensino e aprendizagem, adotando como aspectos essenciais o conhecimento globalizado e a aprendizagem significativa.
A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento de informação e à relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses, facilitando aos alunos a transformação da informação advinda dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio. Sob esta perspectiva, o uso da webquest proporciona que o indivíduo se torne apto a construir conhecimento através de um planejamento de ações em uma atividade proposta, onde ele escolherá desempenhar papéis que com auxílio de pesquisa direcionada auxiliará a construção do conhecimento colaborativo, transformando de forma crítica e reflexiva a informação recebida.
Este trabalho traz duas propostas de projeto pedagógico utilizando webquests para o Ensino Médio como ferramenta tecnológica e pedagógica para fomento do protagonismo juvenil:
Ditadura em Poesia:
Copa do Mundo de 2014 no Brasil:

Conclusão
A apropriação da tecnologia como prática educativa deve pressupor um uso de auxílio mediador da práxis pedagógica. Portanto, deve-se buscar o conhecimento através dessas mediações materializadas na tecnologia como uma forma de necessidade de um indivíduo mais crítico e reflexivo através do trabalho coletivo na busca da totalidade e aplicação do conhecimento, além de proporcionar ao jovem maior participação, tornando-o mais autônomo e comprometido socialmente.

Bibliografia:
COSTA, Antônio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: o que é e como praticá-lo. Disponível em: < http://escola2000.net/aprendizagem/ac-protagonismo.htm>. Acesso em: 15 ago. 2010
HERNANDEZ, Fernando e Ventura, Montserrat - A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho. Porto Alegre, RS: Ed. ARTMED, 1998, 5a. Ed.
PORTAL DA EDUCAÇÂO DE SANTA CATARINA. Proposta curricular: Educação e tecnologia. Disponível em: < http://www.sed.sc.gov.br/educadores/proposta-curricular?start=3>. Acesso em: 01 Ago. 2010.
SENAC On-line. O que é Webquest. Disponível em: <http://webquest.sp.senac.br/textos/oque>. Acesso em: 15 ago. 2010